O livro que conta a história do fenômeno Castelo Rá-Tim-Bum, inicia a obra relembrando o sucesso que foi a exposição do MIS sobre a série infantil em 2014
Quem teve sua infância nos anos 1990 e início dos anos 2000 quando leu o título desse post, sem dúvida se lembrou da série infantil Castelo Rá-Tim-Bum, sucesso da TV Cultura que estreou em 1994 e contava a história de uma família de feiticeiros nada convencional que viviam junto com animais falantes e outros seres fantásticos.
“Raios e Trovões”, “Porque sim não é a resposta” e “Klift Kloft Still, a porta se abriu!” são alguns dos bordões que os personagens tinham na ponta da língua e que logo entrou nas conversas da criançada. Essa primeira frase citada, era do personagem Dr. Victor (Sérgio Mamberti), que sempre falava aos berros quando seu sobrinho Nino (Cássio Scarpin), um menino com mais de trezentos anos, aprontava alguma travessura e que também dá título ao livro editado pelo Grupo Editorial Summus.
No primeiro capítulo da obra, Bruno Capelas apresenta o sucesso realizado pelo Museu da Imagem e do Som em 2014, Castelo – A Exposição que montou alguns cenários, trouxe figurinos e curiosidades do programa infantil.
"Afinal, que feitiço poderia ser maior do que a chance de entrar no castelo do Dr. Victor, perguntar ao Porteiro qual é a senha de hoje, ler uma poesia com o Gato Pintado [...] E que tal entrar no quarto do Nino usando uma porta giratória secreta igual à do programa? Tudo isso era possível na exposição do MIS-SP"
p. 12 e 13
Localizado no Jardim Europa, um dos bairros mais nobres de São Paulo, o MIS-SP é cercado por moradores da classe A e o que vemos nas ruas são condomínios de luxo, mansões grandiosas, lojas de grife e concessionárias de marcas de fórmula 1. Isso faz com que a classe trabalhadora não frequentasse o bairro e o museu ficasse um pouco esquecido.
Isso até a chegada da exposição do Castelo Rá-Tim-Bum, quando o bairro ficou lotado de pessoas, vendedores ambulantes e ônibus de excursões que chegavam meia-noite para a abertura do MIS apenas no dia seguinte. Isso fez com que os ricos se revoltassem com a movimentação na região que realizaram um polêmico abaixo-assinado contra a exposição, mas que pelo bem da cultura, não foi pra frente e o sucesso da mostra continuasse.
O autor de Raios e Trovões (Summus Editorial), traz diversos números e valores alcançados pela TV Cultura devido o fenômeno que foi o mundo do bruxinho Nino. Com isso, vemos como a pesquisa de Capelas foi profunda para a produção do livro, visto que mais dados são apresentados nos capítulos seguintes.
"Ao longo de duas décadas, o Castelo foi motivo para uma dezena de peças de teatro, um longa-metragem, uma coleção de livros que foi best-seller e fez o trânsito da cidade de São Paulo parar, um jogo de videogame, vários discos de música para crianças e um sem-número de produtos licenciados, que ajudariam a TV Cultura a faturar mais de R$ 30 milhões, segundo estimativas do mercado"
p. 15
Assista agora um episódio do Castelo Rá-Tim-Bum, o meu favorito:
O objetivo do autor em começar com um fato mais recente, é uma forma de provar que o programa foi mais que um sucesso televisivo, como algumas novelas globais. Com o sucesso da montagem, fica provado que o Castelo é um marco histórico não só da televisão, e sim da cultura brasileira.
Mesmo após quase 30 anos, Castelo Rá-Tim-Bum é lembrado por idosos, adultos, adolescentes e por algumas crianças. Afinal, como esquecer de Tap e Flap, Etevaldo, Penélope, Zequinha, Pedro, Biba e toda a turma do castelo.
O livro Raios e Trovões tem que ser lido por aqueles que viveram no período em que o Castelo era exibido diariamente, pois irão relembrar diversos fatos da época e do programa. Mas também vale a leitura para os mais novos, para que entendam o que era uma produção audiovisual digna para o público infantil.
Sobre o autor:
Bruno Capelas é editor de tecnologia e inovação do O Estado de S. Paulo. É também colunista de tecnologia da Rádio Eldorado (107,3 FM), em São Paulo. Além do Estadão, passou pelas redações do iG e do IGN Brasil. Formado em Jornalismo pela Universidade de São Paulo, é ainda colaborador do portal independente Scream & Yell, pelo qual já escreveu sobre festivais de música no exterior e no Brasil, bem como cobriu cinema e literatura. Nascido em 1992, o autor faz parte da “geração Cultura”, que cresceu com os programas da emissora mantida pela Fundação Padre Anchieta – foi com produções como Castelo e Mundo da Lua que ele aprendeu a ler e escrever, por exemplo. Raios e trovões é seu primeiro livro.
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Abraços Literários,
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