Fernanda Torres vence Globo de Ouro por “Ainda Estou Aqui” e destaca obra literária de Marcelo Rubens Paiva
Créditos: Reprodução Streaming Max
Para alegria geral da nação, no último domingo, 5 de janeiro, Fernanda Torres passou a ser ovacionada e assunto em todos os lugares, pois a brasileira recebeu Globo de Ouro 2025, na categoria Melhor Atriz em Filme de Drama, por sua atuação como protagonista em Ainda Estou Aqui, longa-metragem dirigido por Walter Salles, que está em cartaz nos cinemas e já passou da marca de 3 milhões de espectadores.
Inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme aborda a vida de Eunice Paiva, que vê seu marido Rubens Paiva, ex-deputado federal, ser capturado pelo regime militar brasileiro e nunca mais ser visto. A sensibilidade em retratar a tristeza que foram os anos de chumbo, onde a censura reinava, conquistou crítica e público.
A transmissão da premiação pode ser comparada a uma final de Copa do Mundo, visto que o país parou na madrugada do último domingo para ver Fernanda Torres ser a primeira brasileira a ganhar o prêmio e superar as concorrentes de peso Angelina Jolie, Kate Winslet, Nicole Kidman, Pamela Anderson e Tilda Swinton.
Em seu discurso, Fernanda dedicou o prêmio à sua mãe, Fernanda Montenegro, relembrando a indicação histórica da atriz ao mesmo prêmio há 25 anos por Central do Brasil, porém, a genitora não levou o prêmio. “Vivi 95 anos para ver isso!”, disse a Imortal da Academia Brasileira de Letras sobre a conquista da filha.
Muitos não sabem, mas Fernanda Torres é autora de três livros Fim, Sete anos e A glória e seu cortejo de horrores, todos editados pela Companhia das Letras, e poderiam muito bem compor a lista dessa semana, mas diferente, decidi citar lançamentos que tem a ver com a temática da Ditadura Militar, além do título que inspirou o filme e o livro de memórias de um dos autores do longa-metragem.
A trama narra a luta dramática da família Paiva pela verdade. Ao falar de sua mãe, Eunice, e de sua última luta, desta vez contra o Alzheimer. E mergulha num momento sombrio da história recente brasileira para contar — e tentar entender — o que de fato ocorreu com Rubens Paiva, seu pai, naquele janeiro de 1971.
Mãe de cinco filhos, viu-se obrigada a criá-los sozinha quando seu esposo foi preso por agentes da ditadura, a seguir torturado e morto. Em meio à dor e às incertezas, ela se reinventou. Voltou a estudar, tornou-se advogada, defensora dos direitos indígenas. Nunca chorou na frente das câmeras. “Foi a minha mãe quem ditou o tom, ela quem nos ensinou”, escreve Marcelo Rubens Paiva neste relato emocionante sobre o passado, as perdas e a volta por cima.
Gênero: Não-ficção | 296 páginas | Adquira seu exemplar
Selton Mello celebra 40 de carreira com a biografia "Eu me lembro". Com personagens icônicos, como Chicó de O Auto da Compadecida, e Rubens Paiva de Ainda Estou Aqui, ele convida os leitores para uma conversa engraçada, tocante e profundamente humana sobre sua jornada. A obra proporciona uma viagem pelos grandes momentos da dramaturgia brasileira, destacando o percurso de um menino sonhador e obstinado. Ator, diretor e dublador, Selton oferece um balanço comovente de sua vida.
Gênero: Autobiografia | 344 páginas | Adquira seu exemplar
No memorável primeiro romance de Míriam Leitão, agora em edição comemorativa de dez anos, o leitor não encontra espaço para respirar. É uma história de paixões extremas, sobre tempos extremos. Uma viagem às vezes em quase delírio pelos flagelos da escravidão, no século XIX, e pelos subterrâneos do regime militar, no século XX.
A narrativa se passa no século XXI, mas as linhas temporais são rompidas. No entremeio, as relações tormentosas entre pais e filhos e entre irmãos tecem uma trama densa e ousada que revisita passados que o Brasil tem preferido deixar acobertados pelo silêncio.
Gênero: Romance | 294 páginas | Adquira seu exemplar
Durante um longo período de sua vida, Heloisa Teixeira (ex-Buarque de Hollanda) estudou obstinadamente a produção cultural brasileira sob a mão pesada da ditadura militar e da censura. Sobre esse tema, ela escreveu uma tese de doutorado, quatro livros e inúmeros artigos examinando a cultura como resistência e afirmação da juventude rebelde da época. Agora, aos 84 anos, ela decide compartilhar essas fontes, reunir e reorganizar o material que produziu sobre esta época mágica, quando a cultura enfrentou estruturas, ditaduras e soube sonhar novos futuros. Este livro é, portanto, um precioso apanhado de décadas de pesquisa apresentado a partir de um olhar atual sobre o que aconteceu naqueles anos 1960/1970.
Gênero: Não-ficção | 288 páginas | Adquira seu exemplar
O ano de 1968 marcou a história mundial, seja na França, com os movimentos estudantis do pós-guerra, ou no Brasil, em oposição à ditadura militar. É neste cenário que o escritor Edvaldo Silva apresenta Beatriz, uma jovem universitária brasileira de classe média alta que se apaixona por Thierry, rapaz negro e filho de imigrantes. Progressistas e dispostos a lutar contra as forças opressoras, eles se unem à célula 27 do MR8, liderado por Carlos Marighella, onde viverão uma história de amor e revolução.
Gênero: Romance | 168 páginas | Adquira seu exemplar
Abraços Literários,
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