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Papo com Escritor | WESLEY POISON

Do Reino Unido para o mundo, Wesley Poison lança “O Chamado do Relógio da Vida e o Valor do Tempo”, seu segundo livro.

 

Wesley Poison - Créditos: Divulgação


Desde cedo Wesley Poison resolveu ganhar o mundo, deixou o Brasil e foi viver na Europa. Primeiro na Irlanda, depois ganhou terras escocesas, onde mora até hoje. Durante nosso bate-papo, ele comenta sobre a nossa pátria amada: “Todos os dias eu sinto falta do meu amado Brasil, que também cito no livro como um dos amores da minha vida”.


Multiartista, Wesley é cantor, compositor, desenhista e claro, escritor e poeta. O seu mais novo livro “O chamado do relógio da vida e o valor do tempo”, comenta sobre o que é necessário gastarmos nosso tempo, os verdadeiros amores, e que a nossa vida é finita. Por ter a sua vida na Escócia, seu novo livro foi publicada em dois idiomas: O português e o inglês.


Em nossa conversa, falamos como é viver fora do país, as saudades deixadas por aqui e como devemos valorizar o que está próximo de nós, pois o relógio da vida passa mais rápido do que pensamos.


Eliaquim Batista (Blog Vida de Escritor): Em sua biografia, você se apresenta como cantor, compositor, desenhista e poeta. Como você consegue ser esse multiartista e como é a sua rotina aí na Escócia?

Wesley Poison: A minha relação com a Escócia é algo que vai além do amor. Embora eu também tenha morado por um tempo na Irlanda, o chamado da Escócia foi maior do que tudo o que eu possa explicar e, aqui, nessa nova fase da minha vida, tenho me sentido cada vez mais envolvido comigo mesmo, como ser humano e artista. Sinto que, desde que vim pela primeira vez, minha vida ressignificou-se em uma nova etapa. Todos os dias eu sinto falta do meu amado Brasil, que também cito no livro como um dos amores da minha vida. E, atualmente, sinto na minha alma que há coisas que preciso viver aqui, em terras escocesas. Não há como explicar, vai além do entendimento. E minha vida aqui tem sido uma oportunidade de me desafiar e criar caminhos para os inúmeros sonhos que eu faço. Tudo isso será mencionado no próximo livro, que já estou escrevendo. Sim, haverá um novo livro.

 

Eliaquim Batista: Seu novo livro é "O Chamado do Relógio da Vida e o Valor do Tempo" e traz uma reflexão sobre a finitude. Houve algum evento marcante que o fez perceber a urgência de abordar esse tema em sua obra?

Wesley Poison: Eu me recordo do sentimento de saudade quando se trata da urgência de sentir a vida diante do passar do tempo. Quando parti em direção aos meus sonhos, eu estava literalmente do outro lado do oceano e, cada vez mais, me sentia inspirado pela vida, como também pela morte (por saber ainda mais que sou mortal e que não vou viver para sempre, assim como as pessoas que amo também não viverão para sempre). Isso me tocou profundamente, especialmente porque eu estava longe de familiares, como, por exemplo, meus pais e minha avó. Um mês após eu me mudar para a Escócia, minha avó Conceição havia falecido e me senti impotente por saber que não podia fazer nada, nem sequer pude me despedir. Isso me marcou e me marca até hoje. E, mesmo assim, a vida continua passando, indiferente a tudo e a todos, nos consumindo a cada segundo. Diante de todos esses pensamentos e sentimentos, aliados às diversas outras experiências que tive e vivenciei, eu me senti inspirado a me expressar sobre esse tema. E, através dessa premissa, todo o conceito do livro foi se desenvolvendo naturalmente, em meio à visão que eu queria para esse projeto. Eu falo muito sobre sonhos, amor, luta, medos, vulnerabilidade e todos os tipos de sentimentos condicionados a nós, meros seres humanos; isso me fez sentir ainda mais humano, com a consciência de que minha existência física é simplesmente passageira nessa jornada universal. Por isso, durante o livro, me permiti sentir e viver como se eu renascesse todos os dias, avidamente me lançando a tudo o que almejo. Há uma passagem do livro em que eu digo: “Ame, ainda há tempo. Viva enquanto há tempo.”

 

Capa do livro O chamado do relógio da vida e o valor do tempo, de Wesley Poison


Eliaquim Batista: Em depoimento anterior, você disse que tinha claro em sua mente o que queria escrever desde o início. Qual foi essa ideia e como ela guiou o seu processo criativo?

Wesley Poison: Essa é uma pergunta muito interessante e me faz refletir sobre o gênesis do livro. Eu me lembro quando me mudei do Brasil e tive a percepção de que o tempo estava passando mais rápido; assim como na pergunta anterior, eu cito muito sobre o sentimento de saudade e de perceber que a vida carnal é passageira. Tudo o que vivenciei após estar longe do meu país me fez ver que a vida é uma só, e que, se eu quiser viver uma vida que de fato viva, preciso sentir o máximo que eu puder e ir em frente, mesmo em meio às minhas fraquezas, medos, receios, pois, já que a jornada é passageira, que então seja algo além; algo mais do que vemos em filmes, pois trata-se da própria história de vida.

 

“Eu me lembro quando me mudei do Brasil e tive a percepção de que o tempo estava passando mais rápido.”

 

Eliaquim Batista: O seu livro foi publicado em português e inglês. Como tem sido a recepção dos dois públicos, o brasileiro e o escocês?

Wesley Poison: Uma das coisas mais inspiradoras foi ver minha arte atravessando as barreiras do idioma. Isso me fez perceber ainda mais o quanto a verdade da minha poesia pode ser algo não apenas na minha língua nativa, mas universal. Estamos todos humanamente conectados e me sinto realizado em ver que não há limites para compartilhar meu coração e mente. É uma grande satisfação ter essa oportunidade e tenho minha gratidão por estar realizando apresentações em países diferentes para promover o livro e espalhar minhas palavras.

 

Eliaquim Batista: Se você pudesse dar um conselho ao “viajante do tempo” que vive dentro de todos nós, o que seria?

Wesley Poison: Eu diria algo para mim mesmo (Se despertar algum tipo de reação nas pessoas, então acho que estou no caminho certo). O que tenho a dizer é: Wesley, continue tentando ter gratidão pelas coisas, mesmo quando estiver tomado por cólera pelo fato de o mundo parecer horrível às vezes. Continue a praticar o perdão, embora você seja imperfeito. Sempre ache tempo para estar em contato com as pessoas que você ama, especialmente seus pais, eles não vão estar vivos para sempre e você sabe muito bem disso, diante da perda da sua avó. Sonhe, ame, sinta e não se culpe por, às vezes, ter sentimentos ruins, pois você é apenas humano. Busque viver e morrer todos os dias para que possa renascer. Arrisque tudo. Engane o tempo, pelo fato de ainda continuar vivo, mesmo após sua partida carnal (você sempre viverá nas pessoas, através dos seus rastros de vida que deixou enquanto estava aqui na Terra).

 

Wesley Poison - Créditos: Divulgação


Eliaquim Batista: Obrigado pela nossa conversa e te desejo muito sucesso no mundo literário e em seus outros projetos artísticos!

Wesley Poison: Eu que agradeço. Muito obrigado pela oportunidade e foi um enorme prazer falar com você. Adorei as perguntas!


Siga o Wesley Poison no Instagram: @wesleypoison


Abraços Literários,


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