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Foto do escritorBlog Vida de Escritor

Próxima Estação...

São tantos passos, tantas estradas e ruas que cruzamos em apenas um dia. E quantas vidas?

Muitas, não é?

Como diz aquela música: “Pelas ruas da cidade, pessoas andam num vai e vem”

Logo que saio de casa, vejo esse “corre-corre”. Ao entrar no metrô, vejo diversos rostos que não conheço. Mas todos a caminho do mesmo lugar.

- Para o mesmo lugar?

Sim! O que muda é o endereço, mas todos vão lutar pelo seu pão diário, seu sustento, seu trabalho.

Quem não vai para seu trabalho, vai para o preparo do trabalho, o estudo. “Ser alguém na vida!”, como diriam os mais velhos.

Ao abrir a porta do vagão de um imenso trem, várias pessoas entram no mesmo espaço e amassados em um espaço que cabe um, vão três e todas as classes se misturam.

Do empregado, ao dono.

Do doutor, ao simples.

Do mestre, ao aluno.

Enfim.

Esses dias pude perceber como essas pessoas mesmo sem nunca terem tomado um café juntas, ou dado um simples “bom dia”, confiam uma na outra.

Precisava carregar o famoso “Bilhete Único”. Duas máquinas e uma “baita” fila.

A pergunta era sempre a mesma para o primeiro da fila de quem acabava de chegar:

- Essa máquina não funciona?

- Não! – Ele respondia.

Mas ele mesmo não tentou. Acreditou naquele que perguntou a 10 minutos atrás quando chegou na estação.

Parei, observei e decidi.

Vou tentar usar aquela máquina! Pensei comigo.

Saí do meu lugar na fila e fui.

Fiz aquela liturgia que todo paulistano conhece: Colocar o cartão, esperar, digitar o valor a carregar, esperar, colocar a nota de dinheiro, aguardar, pedir para imprimir meu recibo e ler a frase em negrito e letras garrafais: “NÃO ESQUEÇA DE RETIRAR SEU BILHETE!”

Sorri para quem estava na boca da fila e disse:

- Está funcionando!

Não tive o sorriso de volta, não tive o “obrigado”, apenas passos seguiram em direção a máquina que acabei de usar e que não estava quebrada!



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